sábado, 18 de setembro de 2010

Você "gosta" de propaganda ou você "analisa" propaganda?

Você já se pegou avaliando uma propaganda? O comum é dizer "gostei" dessa ... "que propaganda ruim" ... essa é "boa" aquela não é... Quando isso é avaliado pelo cliente não tem problema. O que conta aí é o gosto. A questão é quando o publicitário tem a mesma posição que um "mero" cliente.

Falo muito sobre isso em minhas aulas. A análise deve ir além do "gosto" ou do "eu acho". Quando avaliamos uma peça publicitária, devemos primeiramente verificar o público a ser atingido. Qual linguagem é identificada facilmente por ele? Se estamos falando de comunicação de massa, televisão, por exemplo, a linguagem deve ser trabalhada com foco na compreensão de todos os possíveis públicos espectadores. Por outro lado, se estamos falando de altos executivos, o texto deve ser produzido observando o alto nível do público.

A análise de textos deve sempre considerar o veículo. Cada meio possui uma linguagem particular que deve ser respeitada, levando em conta os sentidos humanos. Veja:

A TV produz imagem e som. Assim, seu texto deve ser feito para os ouvidos, considerando links com imagem - a mensagem será captada também pela visão. Considere que a TV fala com o espectador. Só assim você desenvolverá um texto que converse e que soe naturalidade. Para isso é importante escolher a locução ideal para o público, que combine com o produto e que argumente com o cliente, levando ele à ação, à tomada de atitude.

O rádio produz som... a imagem fica por conta da imaginação do ouvinte. Sendo assim, o texto de qualidade é escrito com o objetivo de ser "visualizado" pela mente do cliente... ele deve se identificar com a peça e vivenciar a situação proposta no jingle ou spot, por exemplo. Assim como na TV, o rádio deve conversar com o ouvinte... ou cantar para ele. Tanto em um veículo como no outro a repetição e o coloquialismo são permitidos, mas a preocupação com a cacofonia é maior.

Peças impressas já exigem maior elaboração textual, o que não significa rebuscamento. A linguagem deve seguir a simplicidade de toda peça publicitária, porém o texto deve ser bem escrito, considerando as possibilidades de conteúdo para um anúncio de revista ou de jornal, para um folder ou para um front-light.  Você não vai colocar no front o mesmo conteúdo do folder, mas pode - ou até mesmo deve - trabalhar com o mesmo conceito.

A internet pode ser vista como uma fusão de todas as linguagens onde ao mesmo tempo se tem a animação e a leitura. Para que se defina o texto, é importante considerar primeiramente o recurso, de acordo com o público do produto anunciado, dentro do mix te possibilidades que o meio proporciona. De qualquer forma você deve pensar no conteúdo. Um e-mail marketing é como um folder on-line, um banner sege a linha de um cartaz.

Para todos os textos, a construção deve obedecer introdução, desenvolvimento e conclusão. Assim a análise deve ser feita na introdução, observando o apelo que atrai a atenção e convida, no desenvolvimento que explica o produto e levanta diferenciais e na conclusão que assina a marca e convida a conhecer mais por meio de site, endereço ou telefone. A propaganda só será eficiente se ela for instigante a ponto de levar o consumidor à ação e posicionar o produto na mente do consumidor. Se isso não acontecer, por mais bacana que a peça seja, ela não se torna efetiva.

Voltando a questão "gosto", é importante que a peça agrade o consumidor (não o anunciante ou o publicitário), porém mais do que isso, ela deve provocar atitude e posicionar a marca. Isso só ocorrerá se o publicitário, profissional responsável pela análise crítica, aprovar pela garantia de qualidade e não de "gosto".

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