terça-feira, 28 de setembro de 2010

Meu sogro... um exemplo.

Um dia você acorda e percebe que sua rotina mudou completamente... Isso acontece com todas as pessoas, todos os dias, de maneiras mais fáceis de se lidar ou mais difíceis. Uma forma certamente "eficaz" é quando uma doença nada esperada se instala na sua família. Aconteceu na minha.

Meu sogro, Ryuichi  Komeno... um cara de 58 anos cheio de saúde e energia amanheceu um dia todo amarelo. Exame aqui, exame ali e aquilo que temíamos foi confirmado: câncer no pâncreas. Se você tiver curiosidade coloque no google... você tomará o susto que tomamos... a doença é tida como terrível. Foi uma pancada. O susto foi grande, mas o engraçado é que, por algum motivo, ninguém se deixou abalar... pelo menos não na frente um do outro.

Sabe aquelas coisas que acontecem na vida da gente e nos fazem pensar no jeito que estamos vivendo nossos dias? O câncer se tornou um desses acontecimentos na minha vida, não pela doença, mas pela forma que estamos lidando com ela.

Como em todo e qualquer diagnóstico desses, as providencias normais foram tomadas. Rapidamente meu sogro marcou três consultas que confirmaram o quadro e, assim, a cirurgia foi marcada. Nos mudamos para a casa dos meus sogros... reunimos a família. Em todos os momentos, ele se mostrou muito forte e eu, de alguma forma pensava que aquela força era uma fachada para não nos preocupar.

Como na maioria dos momentos difíceis, e  pela infinita misericórdia de Deus, nos reunimos em família para orar, algo que não tínhamos feito. E aí começa a melhor parte da história.

Resolvemos começar a rezar o terço em família e no primeiro dia a emoção tomou conta de todos. Falamos de medo, de esperança, de família, de relacionamento, de amor, de respeito e de admiração... falamos de Deus... cada um do seu jeito. Relembrei a data do meu casamento quando no altar o padre falou que naquele momento a Flávia se tornava filha dos meus pais e eu filho deles... realmente me sinto assim...

Meu sogro é, hoje, meu segundo pai... quem, do jeito dele, me mostra seu carinho e seu respeito... quem me viu crescer profissionalmente, como marido e como pai. Tenho por ele uma admiração tremenda que foi multiplicada ali, na mesa da sala de jantar, naquela noite em oração.

O tio, como eu o chamo até hoje, carinhosamente, nos disse que em momento algum ele encarou o câncer como uma doença e sim como um desafio, algo que realmente passará em breve. Ele falou de futuro, dos seus planos... vi nos olhos dele a verdade da vitória e não o medo da derrota... Ele realmente a encarou de frente... o que nos fez ter a certeza da cura. A semana seguiu com orações todos os dias e a certeza do sucesso pairou na casa.

Sábado foi a cirurgia. O médico conseguiu retirar todo o tumor. A operação foi um sucesso que, segundo o médico, até seu biotipo físico contribuiu. Estamos no terceiro dia pós-cirurgico. Confiantes, seguimos em oração com a certeza da cura e aguardando a melhora e o retorno pra casa.

Meu sogro  está sabendo lidar com a mudança. A rotina pode até voltar... mas será em uma casa de pessoas diferentes, amadurecidas pelo amor, pela união e pela fé.

sábado, 18 de setembro de 2010

Você "gosta" de propaganda ou você "analisa" propaganda?

Você já se pegou avaliando uma propaganda? O comum é dizer "gostei" dessa ... "que propaganda ruim" ... essa é "boa" aquela não é... Quando isso é avaliado pelo cliente não tem problema. O que conta aí é o gosto. A questão é quando o publicitário tem a mesma posição que um "mero" cliente.

Falo muito sobre isso em minhas aulas. A análise deve ir além do "gosto" ou do "eu acho". Quando avaliamos uma peça publicitária, devemos primeiramente verificar o público a ser atingido. Qual linguagem é identificada facilmente por ele? Se estamos falando de comunicação de massa, televisão, por exemplo, a linguagem deve ser trabalhada com foco na compreensão de todos os possíveis públicos espectadores. Por outro lado, se estamos falando de altos executivos, o texto deve ser produzido observando o alto nível do público.

A análise de textos deve sempre considerar o veículo. Cada meio possui uma linguagem particular que deve ser respeitada, levando em conta os sentidos humanos. Veja:

A TV produz imagem e som. Assim, seu texto deve ser feito para os ouvidos, considerando links com imagem - a mensagem será captada também pela visão. Considere que a TV fala com o espectador. Só assim você desenvolverá um texto que converse e que soe naturalidade. Para isso é importante escolher a locução ideal para o público, que combine com o produto e que argumente com o cliente, levando ele à ação, à tomada de atitude.

O rádio produz som... a imagem fica por conta da imaginação do ouvinte. Sendo assim, o texto de qualidade é escrito com o objetivo de ser "visualizado" pela mente do cliente... ele deve se identificar com a peça e vivenciar a situação proposta no jingle ou spot, por exemplo. Assim como na TV, o rádio deve conversar com o ouvinte... ou cantar para ele. Tanto em um veículo como no outro a repetição e o coloquialismo são permitidos, mas a preocupação com a cacofonia é maior.

Peças impressas já exigem maior elaboração textual, o que não significa rebuscamento. A linguagem deve seguir a simplicidade de toda peça publicitária, porém o texto deve ser bem escrito, considerando as possibilidades de conteúdo para um anúncio de revista ou de jornal, para um folder ou para um front-light.  Você não vai colocar no front o mesmo conteúdo do folder, mas pode - ou até mesmo deve - trabalhar com o mesmo conceito.

A internet pode ser vista como uma fusão de todas as linguagens onde ao mesmo tempo se tem a animação e a leitura. Para que se defina o texto, é importante considerar primeiramente o recurso, de acordo com o público do produto anunciado, dentro do mix te possibilidades que o meio proporciona. De qualquer forma você deve pensar no conteúdo. Um e-mail marketing é como um folder on-line, um banner sege a linha de um cartaz.

Para todos os textos, a construção deve obedecer introdução, desenvolvimento e conclusão. Assim a análise deve ser feita na introdução, observando o apelo que atrai a atenção e convida, no desenvolvimento que explica o produto e levanta diferenciais e na conclusão que assina a marca e convida a conhecer mais por meio de site, endereço ou telefone. A propaganda só será eficiente se ela for instigante a ponto de levar o consumidor à ação e posicionar o produto na mente do consumidor. Se isso não acontecer, por mais bacana que a peça seja, ela não se torna efetiva.

Voltando a questão "gosto", é importante que a peça agrade o consumidor (não o anunciante ou o publicitário), porém mais do que isso, ela deve provocar atitude e posicionar a marca. Isso só ocorrerá se o publicitário, profissional responsável pela análise crítica, aprovar pela garantia de qualidade e não de "gosto".

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Um dia na minha vida - dicas para aspirantes à publicitários

Mais uma semana passou... mais curta com o feriado e já estamos no meio de setembro... Não posso dizer que estou com tempo para escrever, mas estou em um momento que me permite isso... na verdade poderia aproveitar essas horinhas para corrigir as provas de quarta-feira, mas estou pouco inspirado... poderia, também, ler um artigo importante para o mestrado, mas também estou sem cabeça... acabei de ver um comentário da minha mãe e resolvi ... escrever...

Hoje é sexta-feira, dia 10 de setembro e estou, após um longo dia de trabalho no IEL, aplicando prova para minha turma de Redação Publicitária II e resolvi descrever um pouco do que penso com base nesses cinco anos como professor de publicidade e propaganda, mais especificamente, de redação publicitária.

Tenho ao longo dos últimos meses recebido algumas mensagens de agências que precisam de redatores, mas que não encontram esses profissionais. É complicado ter que assumir isso, mas é uma informação que já tenho "cantado". Na verdade penso que “escrever” é algo apreciado por poucos na nossa profissão. A primeira dificuldade encontrada é a folha em branco... ou a tela, para os que preferem. O que colocar no papel que possa ser lido e mais: apreciado por alguém. Aí está o ponto...nesse mundo cheio de informações, fazer com que o receptor leia além do primeiro parágrafo é algo raro. (se você leu até aqui retwitte esse texto... é sinal de que estou indo bem).

Você sabe escrever texto publicitário? Tudo começa do mesmo jeito - introdução, desenvolvimento e conclusão - como todo e qualquer texto. A diferença é que em curtas linhas, uma marca se torna a mais conhecida, uma assinatura vira dito popular e um redator se torna um profissional disputado no mercado. Qual o segredo? 1) entenda sobre o que vai se falar, nos mínimos detalhes; 2) conheça sobre quem vai consumir, saiba quem é o leitor do texto; 3) use as melhores palavras "linkadas" à sacada criativa que só vai acontecer se você, redator, souber muito bem sobre os dois primeiros pontos e realmente gostar de escrever.

Voltando ao meu dia-a-dia... percebo que os alunos não gostam de escrever (segunda dificuldade). Todos os semestres em cinco anos escuto a mesma pergunta... “a prova não é de marcar X ou V ou F?” Não existe "tesão" em se produzir textos, em se colocar idéias no papel, talvez pelo medo do erro ou do julgamento. Porém penso que vai além disso. Acredito que é a preguiça, que é o não estímulo à leitura e à escrita ... a cultura dos 140 caracteres, a cultura do Ctrl C.

Pelo que tenho visto, aqueles poucos aspirantes à publicitários que curtem e investem na redação possuem um "oceano azul" de oportunidades. Pelo menos é isso que falo para meus alunos e espero muito ter a felicidade de encontrá-los no mercado tendo muito sucesso... quem sabe... acredito nisso.

Vou terminar minha reflexão por aqui... tenho alunos que agora já começam a entregar as provas. Espero me surpreender com bons textos...