sábado, 9 de abril de 2011

O que realmente importa...

Ame a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo... respeite o ser humano independente de credo, cor, raça, gênero e opção sexual. Esses são os princípios básicos, bíblicos e constitucionais e se bastam.

Ao longo da semana passada vi uma discussão no twitter que abordava a questão da polêmica em torno da entrevista do deputado federal Jair Bolsonaro, um cara que chega a ser “cômico” de tão “polêmico”, para não dizer desajustado. O deputado que fez uma entrevista para o CQC metralhou tudo e todos... no final a gente não entende se alguém escapa do “fuzilamento”. A entrevista gerou tanta confusão no twitter que eu responderia apenas um sonoro “#calaaboca @depbolsonaro” e, para mim,  resolveria a questão.

O que o mundo inteiro sofre é de um grande problema psicológico de baixa auto-estima. Todos se ofendem e sentem seu orgulho ferido pelos rótulos, estereótipos que colocam em si mesmos. Me desculpem, mas no meu entendimento, “orgulho negro”, “orgulho gay”, “movimento feminista”, orgulho católico, espírita, evangélico e derivados são todos grandes baboseiras. Todas essas questões rotulam, segregam, afastam e, na minha opinião, estão enquadrados nessas “categorias”: ingenuidade, radicalismo ou oportunismo. Ingenuidade porque muita gente vai na onda pelo valor “sentimental” que a polêmica gera. Radicalismo pois tem gente que realmente acredita e vai até o fim perdendo a razão completamente. Oportunismo porque a polêmica dá ibope. 

Vamos debater?! Vou começar pela “cor”. Na questão do Bolsonaro, a cantora Preta Gil se sentiu ofendida quando fez uma pergunta relacionada à cor e vai processar o deputado. Na minha opinião o processo é cabível, ok... mas, não pela ofensa à cor e sim pela falta de respeito ao próximo. Sinceramente, a Preta e todos que levantam a bandeira que me desculpem. Orgulho eu tenho de mim, do meu caráter, da pessoa que eu sou, pai, filho, esposo, irmão... e não pelo fato de ser branco, negro, amarelo ou seja lá qual for a cor... O discurso da história do negro não cola... caso contrário eu cortava os pulsos... sou descendente de alemão!? Olha que passado... Mas não penso assim, pois não generalizo o povo pelas besteiras de um nem duvido da capacidade das pessoas de dar a volta por cima: o presidente de um dos países mais racistas do mundo é negro.

A cota, por exemplo... sou absolutamente contra, mas não por acreditar que o cotista é pior do que o não cotista, mas justamente por acreditar que a cor não interfere na capacidade de uma pessoa entrar na faculdade concorrendo de igual para igual. Sou a favor se a cota for para pessoas que estudaram a vida inteira em escola pública, aí sim vejo justiça... ou no Brasil não tem branco pobre?

A questão “gay”... uma pessoa deve ser respeitada por quem ela é, isso não tem nada a ver se ela transa com homem ou com mulher. Isso só diz respeito a ela e a mais ninguém... Agora, sou contra a essa exposição exacerbada sim... a necessidade de aparecer e gritar aos quatro ventos sua “condição” com beijos escandalosos em espaços públicos... isso é desnecessário como o é com um casal hetero... qualquer demonstração exagerada que agrida o bom senso está passível de crítica. Estamos passando por uma transição de gerações e concordo que minha avó fique horrorizada. Ela está no direito dela e o direito de um vai até o espaço do direito do outro.

O “feminismo”... vamos falar sério... entra no mesmo contexto de respeito dos dois exemplos anteriores. Uma mulher que se sinta humilhada é questão de justiça. A presidenta Dilma colocar mais mulheres apenas por serem “mulheres”... por favor... a questão não é gênero, é competência. Se em cada ministério mulheres se destacarem pela competência que ela coloque todas ministras... agora, vir com o discurso de que vai aumentar o quadro por essa razão é, me perdoem, “historinha”...

Por último coloco a religião. O mundo vive em guerra por isso... é inacreditável! Não interessa crença, se a sua fé é boa e está baseada em bons valores, na paz e no bem ... é o que realmente importa.

Enfim, chego quase a me sentir um excluído pois sou branco, católico, casado com uma japonesa e com uma filha mestiça. Sou de origem alemã, italiana, portuguesa e espanhola (as que eu sei), heterosexual e brasileiro. Onde me enquadro? Não tenho orgulho por ser branco, pelo contrário... queria até ter uma melanina a mais para pegar um sol bacana. Não tenho orgulho por ser católico, sou feliz com minha fé por ela me fazer bem. Não tenho orgulho de ser casado com uma mulher descendente de japoneses, mas sim sou feliz por ser ter descoberto nela a mulher da minha vida, quem me deu uma filha saudável e linda. Não tenho orgulho de ser hetero. Sou feliz por me satisfazer sexualmente com uma mulher e por poder colocar filhos no mundo. Não tenho orgulho de ser brasileiro, mas sou feliz por morar em um país livre, onde posso expor minhas opiniões, apesar de ser contra a várias coisas que acontecem por aqui.

Tenho grandes amigos negros, brancos, gays, católicos, espíritas, evangélicos, amarelos, lésbicas, brasileiros, estrangeiros, transexuais... e posso ter certeza que concordam, pelo menos em parte comigo. O que interessa é a diversidade e o respeito ao ser humano.

Aos aqui citados @dilma, @depbolsonaro e @pretamaria... Não me “processem”, pois não ofendi nenhum de vocês, ou se ofendi, não tive a intenção. Muito respeitosamente expus minha opinião contrária ao pensamento de cada um de vocês... pessoas públicas. A estes e a todos que não concordem, digam, se defendam... o mundo pode ser bem mais simples. Minha auto-estima é ótima, não tenho problemas com a crítica e aceito opinião de todos, independente de credo, cor, raça, gênero e opção sexual.

Thiago Endres

Um comentário:

Amor pela Silhouette disse...

Thiago, Parabéns!!!! Excelente texto!!!'
abs
Grice